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Ugo Giorgetti: o olhar humano por trás das lentes de um documentarista

Terceiro encontro da série do Espaço Cultural acontecerá no próximo sábado, 29 de maio

24/05/2021

Contar uma história de um lugar, de um tempo ou de uma cultura é, antes de tudo, contar uma história sobre pessoas. Na arte de fazer documentários, mesmo quando falamos de coisas, antes de tudo falamos sobre as pessoas que as fizeram. Um dos documentaristas brasileiros com maior experiência e talento na habilidade de contar essas histórias é o cineasta Ugo Giorgetti, o terceiro participante da série “Documentaristas, um olhar sobre o real”, promovida pela Sociologia e Política - Escola de Humanidades. Será ao vivo no nosso canal do youtube, no dia 29 de maio, às 11h. Acesse aqui o link da transmissão.

Giorgetti começou sua carreira com publicidade, em 1966. Mas foi na sétima arte que ele encontrou a sua maneira de registrar histórias como a do Edifício Martinelli, em que conta sobre sua idealização e transformação, enquanto denuncia, ainda em 1975, o despejo de seus moradores. 

Suas lentes também contaram, em 2003, a história de pessoas em situação de rua no centro de São Paulo, as rotinas de sobrevivência, estilo de vida, cultura, exclusão social, desemprego, alcoolismo, religiosidade, identidade e cidadania. O filme “À Margem da Imagem” é uma das melhores representações da realidade dos moradores de rua da capital paulista. 

Algumas de suas principais obras incluem os curtas Bairro dos Campos Elísios (1973), Rua São Bento, 405 (1976) e Prédio Martinelli  (1975) e os longas Jogo Duro (1985) e Uma noite em Sampa (2015)). Giorgetti faz do seu apreço pelos esportes os documentários Quebrando a Cara (1986), Os Boleiros – Era uma vez o futebol (1998) e Os Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos (2004) e mostra seu humor único e a tragicômico nos filmes Festa (1989), Sábado (1995) e Dora e Gabriel (2020).

Parte do seu trabalho está disponível no site da produtora SP Filmes (www.spfilmes.com.br).

 

O respeito pela sétima arte ele transferiu para todos que trabalham nesta indústria, dos membros mais criativos da equipe aos técnicos e a todos que fazem a mágica do cinema ser possível.
 
Para ele, fazer um filme é mais que rodar a câmera e seguir um roteiro. Filmar é um encontro, uma confraternização com amigos, pois a cada nova produção, Giorgetti procura reunir  os mesmos profissionais e técnicos. Sempre tem uma cara conhecida, um amigo nos bastidores de suas produções.
 
Tentar rotular suas obras reduz a importância de sua filmografia, pois para ele tudo é cinema, uma cinematografia que permeia suas memórias e suas paixões, independentemente de ser curta-metragem, longa-metragem, documentário ou ficção.

Sua obra mais recente é sobre a história de Paul Singer, importante acadêmico na área de humanidades. O documentário foi bem recebido pela crítica, em sua apresentação no festival É Tudo Verdade.

Fazer cinema para a sua geração foi difícil tanto do ponto de vista do acesso aos equipamentos quanto dos custos de produção. Mas, segundo o cineasta, o cinema atual, seja documental ou ficcional, é extremamente viável porque a tecnologia avançou e os equipamentos estão mais acessíveis. “É possível fazer cooperativas de produção. Gostaria de ter 26 anos porque é possível exibir a obra em um canal do YouTube e cobrar ingressos. Queria encontrar a fonte da juventude para poder fazer cinema até mesmo com um celular velho. Portanto vou insistir neste ponto: façam cinema e o façam como ato de resistência”.

Os males sociais que o Brasil enfrenta há décadas, contados a partir das perspectivas de personagens que os sentem cotidianamente, serão um dos temas do encontro com Giorgetti, Anote na agenda e não perca a transmissão: dia 29 de maio, sábado, às 11h. 

Durante o evento, você poderá preencher um formulário para emissão de certificado. Acesse o link e ative as notificações para ser avisado quando a live começar.

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