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Debate da Cátedra Celso Furtado analisa os setores que ainda apoiam o governo Bolsonaro

Confira na íntegra live realizada nesta sexta-feira, 9 de abril

09/04/2021

Recordes de casos e mortes pela Covid-19 devido à má gestão da pandemia, queda no PIB e aumento nas taxas de desemprego, ataques à democracia e às instituições, imagem do Brasil abalada mundialmente. Diante desse cenário, a Cátedra Celso Furtado da Sociologia e Política - Escola de Humanidades (FESPSP) realizou mais uma edição da série “Debates Contemporâneos” para discutir e analisar o que leva setores importantes da sociedade brasileira a apoiarem o governo Bolsonaro.

Participaram do debate a professora Tathiana Chicarino, cientista política e docente de pós-graduação da Sociologia e Política - Escola de Humanidades; Eduardo Costa Pinto, economista e vice-diretor do Instituto de Economia da UFRJ; e Artur Araújo, assessor da Federação Nacional de Engenheiros e da Fundação Perseu Abramo. O mediador será o professor e coordenador da Cátedra Celso Furtado, William Nozaki.

"Nacionalmente, o Brasil passa por uma crise sanitária, econômica e moral sem precedentes. Internacionalmente, o país passou de pária a perigo global, em função da maneira como tem ocorrido o avanço da pandemia. Nesse contexto, parte das mesmas forças políticas, sociais e econômicas, que ontem se indignaram contra a corrupção ou problemas fiscais, hoje parecem aceitar níveis exorbitantes de alastramento da doença, da morte, do desemprego e da fome. Tudo isso promovido por um governo negacionista que, sem sombra de dúvidas, patrocina a pior crise da nossa história republicana", analisou Nozaki no início do debate, trazendo para os debatedores o tema central: quem apoia o governo Bolsonaro e por que?

Em sua fala, Tathiana Chicarino lembrou que as últimas pesquisas divulgadas sobre a popularidade do presidente mostram que ele ainda tem o apoio de cerca de 30% da população, mas que o governo sobrevive através do caos que ele mesmo causa. "Estamos observando uma política que é feita cada vez mais sobre um antagonismo político, de enfrentamento cotidiano, de criação de inimigos, e não de pensar política como uma forma de mediação de conflitos e tudo mais".

Para o economista Eduardo Costa Pinto, é importante entender o panorama da crise econômica desde o início da década de 2010. Ele mostrou os dados comparativos entre o PIB e os lucros das maiores empresas do Brasil, apontando para o fato de que, mesmo com recessão em 2015 e 2016 e PIB modesto de lá para cá, essas empresas continuam apresentando lucros, porém, menores. Citando Florestan Fernandes, ele declara que "os nossos setores dominantes operam de forma sociopata, para manter os seus lucros a qualquer custo; logo, nosso problema é desse jeitão desses setores dominantes e o Bolsonaro se conecta, e hoje ainda é funcional, para esses setores dominantes".

Já Artur Araújo acredita que, aos poucos, a popularidade de Bolsonaro continuará caindo porque o caos que ele precisa para governar tira a confiança do mercado financeiro. "Vejo um quadro em que é decrescente a possibilidade do Bolsonaro se manter com forte apoio, e isso acontece porque é um governo que está deixando aceleradamente de atender aos interesses, às necessidades e aos desejos dos blocos sociais".

Após as falas iniciais, o mediador convidou alguns especialistas para argumentarem e questionarem os debatedores. 

Confira na íntegra:

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